Recentemente, estive envolvida na elaboração de uma proposta de projeto para uma formação destinada a alunos de mestrado de diversas áreas do conhecimento. Como seria de esperar, uma das primeiras questões levantadas foi: como estruturar um programa eficaz para estudantes de especializações tão distintas? A minha resposta foi simples: somos todos de ciência.
Independentemente da área de estudo, todos os alunos de mestrado enfrentam desafios comuns, especialmente quando chega o momento de planear, escrever e executar a dissertação. Em Portugal, é notório que muitos estudantes sentem dificuldades neste processo, não por falta de conhecimento técnico na sua área, mas por não terem formação específica em metodologias de investigação, organização de ideias, estruturação da dissertação e até na gestão do tempo e da pressão académica.
A proposta desta formação visava precisamente colmatar essas lacunas, proporcionando aos alunos um conjunto de ferramentas transversais que os ajudassem a enfrentar esta fase do mestrado com mais confiança e preparação. A ciência, independentemente da sua especialização, rege-se por princípios comuns: rigor, método e pensamento crítico. Assim, em vez de vermos a diversidade de áreas como um obstáculo, escolhemos encará-la como uma oportunidade para criar um programa interdisciplinar e enriquecedor.
Acredito que iniciativas como esta são fundamentais para fortalecer a qualidade da investigação e o percurso académico dos estudantes. No final, o objetivo não é apenas concluir uma dissertação, mas desenvolver competências que serão essenciais ao longo de toda a carreira científica e profissional.