No regresso de Londres, após visitar a Future Building, dei por mim a refletir sobre o verdadeiro impacto das feiras de tecnologia e materiais de construção nos dias de hoje. Depois de alguns anos sem frequentar este evento em questão, a expectativa era alta, mas a experiência deixou-me com a sensação de que algo essencial se perdeu pelo caminho.
Se há uns anos estas feiras pareciam um verdadeiro palco de inovação, com demonstrações práticas, interação direta com materiais e novas tecnologias aplicadas à construção, hoje senti que falta essa dinâmica envolvente. A Future Building pareceu-me demasiado estática, com stands bem organizados, mas pouco demonstrativos. O simples ato de tocar, testar e ver em funcionamento os produtos e soluções que moldam o futuro da construção deveria ser central num evento deste tipo. Afinal, inovação não se transmite apenas em brochuras e apresentações – precisa de ser vivida.
Outro ponto que me surpreendeu foi a restrição de entrada imposta aos meus filhos, de 9 e 11 anos. Apesar de compreender que algumas feiras são mais vocacionadas para profissionais, não me pareceu haver qualquer justificação real para essa limitação. Depois de percorrer o evento, percebi que não havia qualquer conteúdo inapropriado ou perigo para crianças – pelo contrário, seria uma excelente oportunidade para despertar a curiosidade e o interesse das novas gerações pelo setor da construção e tecnologia.
Em tempos de mudança acelerada, os eventos do setor precisam de acompanhar essa evolução. Mais interação, mais dinamismo e uma visão mais aberta ao futuro – incluindo permitir que as crianças, que são os profissionais de amanhã, possam fazer parte desta experiência desde cedo. A Future Building foi uma visita interessante, mas ficou aquém do que poderia e deveria ser. O futuro da construção merece mais do que uma montra – precisa de ser um laboratório vivo de inovação e inspiração.
