Sismo em Lisboa

A foto não é de um edifício em que ocorreu uma derrocada devido a um sismo mas de velhice, mais de 300 anos e além de falta de ocupação uma argamassa que se “derrete” nas mãos. Mas será assim que vamos ver grande parte de Lisboa quando ocorrer um sismo como o de 1755?

Há cerca de uma semana, mais precisamente na 4ª feira passada tive a feliz ideia de dar uma espreitadela ao programa da manhã da TVI e ouvir o professor Mário Lopes do Instituto Superior Técnico a falar sobre a possibilidade de um sismo em Lisboa, fiquei maravilhada!

Não pelo alerta que fez, sempre necessário, mas da forma como falou, fantástico! Sempre considerei que as pessoas mais entendidas em determinado assunto conseguiam explicar de forma simples, questões técnicas. Falou desde a escala logarítmica de gravidade dos sismos até ao comportamento de construções enterradas, com uma simplicidade e leveza mas também tecnicamente correta.

Outro aspeto que me agradou igualmente foi não se ter esquecido dos colegas de investigação em especial a colega da minha instituição. Não coloca os “louros” todos em si mas numa equipa de investigação.

Considero que o assunto em si é muito grave mesmo ultra urgente para um país que tem um potencial para ocorrer um sismo na zona de Lisboa e sul do país. A reabilitação devia ser encarada de uma forma mais técnica, em especial reforço estrutural anti sismo e não apenas como maquilhagem construtiva. Outro aspeto a ter que existir será uma melhor compatibilidade das especialidades, talvez com o BIM pudesse ajudar não serem efetuadas atrocidades que colocam em causa o funcionamento estrutural, conforme exemplificou o professor Mário Lopes, inacreditável!

Atualmente Lisboa é uma obra! De uma forma geral, não existe avenida ou rua que não estejam a “beneficiar” ou “reabilitar” um edifício. Mas em que condições? Com que projetos exigidos? Se existem casos de sucesso no âmbito de reabilitação em zona com potencial risco sísmico, em outros países, porquê que não aproveitamos o que foi e está a ser bem feito. É tão fácil, apenas copiar os bons exemplos…

Outra realidade que gostava de alertar, para o caso de ocorrer um sismo em Lisboa, são os quarteis de bombeiros. Em que edifícios estão? Em que condições? Será que vão ser os primeiros a não conseguir sair?

Mas depois quando ocorrer e no final do rescaldo, como bons portugueses que somos vamos dizer: Podia ter sido pior…