Este fim de semana li uma notícia sobre uma gigacentral fotovoltaica que será instalada no Alentejo.
Terá 1,14 GW de potência de injeção na rede e ocupará cerca de 1262 hectares. E aqui começa a minha preocupação. O aumento do investimento de várias empresas privadas em centrais fotovoltaicas de produção centralizada, que ocupam hectares de terreno, com contratos por dezenas de anos, dita o destino (não planeado) daqueles terrenos.
O custo de instalação de uma central fotovoltaica diminuiu bastante nos últimos anos, tornando esta forma de produção de energia acessível a muitas empresas. No entanto, aquilo que deveria ser a base desta produção começa a ter uma percentagem cada vez menor no sistema electroprodutor português: a produção descentralizada. Este tipo de produção ocupa apenas os terrenos/coberturas de uma determinada instalação e não requer, normalmente, qualquer reforço da rede elétrica nacional, sendo esta energia produzida maioritariamente para autoconsumo.
Estará o paradigma a mudar? É este o caminho que pretendemos?
A primeira gigacentral fotovoltaica em Portugal deve fazer-nos pensar.