Este fim de semana, decidimos ir há casa da serra. Rumámos para um cenário que é, ao mesmo tempo, revigorante e acolhedor, onde a natureza nos envolve e nos reconecta com as origens. Fomos assim para Famalicão da Serra, com uma agenda que incluía um pouco de tudo o que esta altura do ano tem de melhor: a Festa da Castanha e Jeropiga, a apanha das azeitonas e ainda a colheita das últimas abóboras da estação, este parte lá no nosso terreno.
Ao chegar à serra, fomos brindados com ar puro e uma paz difícil de encontrar em qualquer outro lugar. Em pleno outono, a temperatura rondava os 13ºC, mas surpreendentemente não sentimos frio. Havia algo na atmosfera que nos aquecia por dentro – talvez a envolvência das montanhas ou a simplicidade dos momentos partilhados, pouca humidade… e as cores do outono que adoro!
A Festa da Castanha e da Jeropiga, tão típica de Famalicão da Serra, trouxe-nos um sentido de pertença. No centro da vila, as pessoas juntaram-se para celebrar as tradições, entre castanhas assadas, gargalhadas e um brinde de jeropiga – uma bebida doce que aquece corpo e alma. Estas celebrações fazem-nos lembrar que há um valor único em preservar o que é nosso, partilhando costumes e sabores que resistem ao tempo.
Além da festa, aproveitámos para fazer algumas tarefas da época, como a apanha das azeitonas. Entre conversas e risos, fomos colhendo os pequenos frutos que mais tarde se tornarão azeitonas curtidas para comermos e oferecermos. A presença na terra e o toque na oliveira fazem-nos perceber o valor de cada gota de azeite que colocamos à mesa. Mais tarde, colhemos ainda as últimas abóboras, que agora enfeitam a varanda e prometem ser a base de receitas reconfortantes para o inverno que se aproxima.
Também nos chama sempre há atenção a pureza da água da serra, cristalina e refrescante. A qualidade desta água faz-nos recordar como é importante preservar estes recursos naturais, que tanto valorizam o nosso bem-estar. Sentimos que a serra, de alguma forma, nos devolve sempre mais do que recebemos.
Estes dias passados na serra foram um lembrete da importância de mantermos esta conexão com a natureza. Vivemos num ritmo cada vez mais acelerado, mas é em momentos como este que nos sentimos realmente vivos. A simplicidade da vida serrana ensina-nos a dar valor ao que é essencial e a respeitar o ciclo das estações.