A construção modular deixou de ser uma promessa distante para se tornar uma realidade sólida e em expansão em Portugal.
Cada vez mais empresas e profissionais do setor reconhecem o potencial deste modelo construtivo, que combina eficiência, rapidez e precisão, sem comprometer a qualidade ou o conforto dos edifícios.
Ao contrário da construção tradicional, a abordagem modular centra-se primeiro na estrutura base, fabricada em ambiente controlado, e só depois nas componentes interiores e de acabamento. Este método permite maior controlo de qualidade, redução de desperdício e uma notável economia de tempo. Isso conseguimos ver na visita de estudo do sábado passado na construção de um hotel pela Transfor.
Durante uma apresentação na IAC (Iniciativa Arquitetura e Construção), um empreiteiro partilhou um dado revelador: para erguer um edifício modular, a sua equipa em obra era composta por apenas seis pessoas — duas delas responsáveis pelas gruas.
Um número surpreendente, que ilustra bem o nível de eficiência e racionalização de recursos que este sistema permite.
Num momento em que o setor enfrenta escassez de mão de obra qualificada, a construção modular surge como uma resposta pragmática e inovadora.
Mais do que uma tendência, é um novo paradigma, que alia tecnologia, planeamento e industrialização para tornar o processo construtivo mais ágil e previsível.
Contudo, este caminho não se esgota na rapidez. A construção modular representa também uma mudança de mentalidade — uma forma diferente de pensar o espaço, o tempo e o próprio papel dos profissionais de construção.
Exige planeamento rigoroso, integração entre equipas e uma nova relação entre o estaleiro e a fábrica.
Portugal começa, assim, a consolidar esta tendência, transformando-a numa oportunidade concreta para inovar e responder aos desafios atuais: a falta de profissionais, o aumento dos custos e a necessidade urgente de soluções mais sustentáveis e eficientes.