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Construção em Portugal: tantas opções, tão pouca clareza? – SEI by Susana

Construção em Portugal: tantas opções, tão pouca clareza?

Nos últimos anos, o mercado da construção em Portugal diversificou-se de forma assinalável. Já não falamos apenas do processo tradicional em betão armado e alvenaria, mas também de opções como light steel framing, CLT (madeira lamelada cruzada), pré-fabricação modular, construção mista ou até sistemas híbridos de baixo impacto ambiental.

No papel, isto é uma excelente notícia — mais opções significam mais possibilidades de adequar o projeto ao orçamento, prazo, estética e objetivos de sustentabilidade de cada proprietário. Na prática, porém, esta abundância de soluções está a criar um novo problema: como escolher o processo construtivo que realmente se adapta à realidade de cada pessoa ou família?

Por que é tão difícil escolher?

  1. Falta de informação comparativa
    A maioria dos potenciais proprietários recebe a informação diretamente de empresas construtoras, muitas vezes com um viés natural para o seu próprio sistema. Comparar custos, durabilidade, manutenção e impacto ambiental de forma neutra é raro.
  2. Terminologia técnica pouco acessível
    Conceitos como “pontes térmicas”, “inércia térmica” ou “cargas lineares” assustam quem não está habituado ao jargão da construção, afastando as pessoas de uma decisão informada.
  3. Ausência de dados reais de desempenho em Portugal
    Mesmo sistemas muito promissores no estrangeiro podem ter comportamento diferente no clima português, devido à humidade, salinidade ou variações térmicas.
  4. Preconceitos e hábitos culturais
    Há quem desconfie de casas modulares ou de madeira, por tradição ou falta de contacto, mesmo que sejam soluções comprovadamente sólidas.

O que pode e deve ser feito?

  • Guia oficial comparativo
    Criar, a nível nacional (por exemplo, através da OA, OE ou do LNEC), um documento atualizado anualmente que compare de forma transparente diferentes sistemas construtivos — custos médios por m², tempos de execução, desempenho energético, durabilidade e impacto ambiental.
  • Plataformas interativas para simulação
    Ferramentas online onde o utilizador possa inserir dados do seu projeto (orçamento, prazo, localização, nível de eficiência energética desejado) e receber recomendações personalizadas de sistemas construtivos.
  • Casas-modelo visitáveis
    Promover “parques de demonstração” com construções reais, em escala real, que mostrem diferentes sistemas, acabamentos e soluções, permitindo que os futuros proprietários toquem, vejam e sintam as diferenças.
  • Formação simplificada para o público
    Workshops curtos e gratuitos em câmaras municipais ou feiras de construção, focados na linguagem acessível e exemplos práticos.

A diversidade de processos construtivos é um avanço inegável para o setor da construção em Portugal. Mas, sem ferramentas de comparação imparciais e informação acessível, esta abundância acaba por gerar mais incerteza do que liberdade.
O futuro da habitação passa não só por inovar nas técnicas de construção, mas também por democratizar o conhecimento para que cada proprietário possa tomar decisões seguras, ajustadas à sua realidade e expectativas.

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