Durante décadas, o foco da arquitetura e da construção esteve voltado para a eficiência energética, a redução do impacto ambiental e o uso de materiais ecológicos. Falávamos de sustentabilidade e responsabilidade ambiental, e isso foi (e continua a ser) essencial.
Mas hoje, surge um novo desafio — um passo seguinte na evolução do modo como construímos e habitamos: a construção humanizada.
A construção humanizada não substitui a sustentabilidade; amplia-a. É um movimento que coloca o ser humano no centro do processo — não apenas como utilizador final, mas como referência em todas as etapas: da conceção à experiência diária.
É pensar em como o espaço influencia o bem-estar, a saúde mental, a produtividade e as relações.
É compreender que um edifício pode ser energeticamente eficiente e, ainda assim, frio, despersonalizado e desconfortável.
A humanização procura o oposto: espaços que acolhem, que se adaptam, que promovem o equilíbrio entre o físico e o emocional.
Falamos de luz natural que acompanha os ritmos do dia, de ventilação que respira com o ambiente, de texturas e materiais que despertam a sensação de abrigo e pertença.
A humanização da construção é também social: pensar no acesso, na inclusão, na diversidade das formas de viver.
Cada projeto passa a ser mais do que uma resposta técnica; é um ato de empatia.
A sustentabilidade mostrou-nos como cuidar do planeta.
A construção humanizada vem lembrar-nos que também precisamos cuidar de quem o habita.