Drenagem Pluvial Urbana – Novo Plano de Drenagem para Lisboa

por Susana Lucas
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Foi há poucos dias que o presidente da Câmara de Lisboa anunciou que:

Com um custo de 185 milhões de euros o Plano Geral de Drenagem vai finalmente avançar, trata-se “do maior programa de investimento público que a autarquia lançou nas últimas décadas” e prevê a criação de barreiras naturais (bacia de retenção de águas na Ajuda, por exemplo), a substituição dos coletores em todas a obras que estão a ser levadas a cabo (como na Rua de Alcântara e Largo do Calvário) e a construção de túneis.

Na drenagem pluvial urbana, na minha opinião, temos vindo a desaprender talvez no último século. Passo a explicar. As referidas bacias de retenção já foi prática comum. Por exemplo em Lisboa no século XIX existia uma de grandes dimensões junto à rotunda do Marquês de Pombal, onde agora existe um parque de estacionamento subterrâneo…

Existiu durante o século XX a prática comum de efetuar a drenagem das águas pluviais, em especial conjuntamente com as águas residuais domésticas, nos ditos coletores unitários. O que aconteceu?

– Fizeram-se infraestruturas de drenagem de elevadas dimensões, com investimento muito considerável e questões de manutenção não muito lineares.

– As ETAR (Estações de Tratamento de Águas Residuais) começaram a tratar além de as águas residuais, grandes quantidades de água pluvial. Eu cheguei a acompanhar o início do funcionamento de uma ETAR que ao fim de 2 anos já se encontrava com o Dobro do caudal de horizonte de projeto (que seria dai a 38 anos!).

– Os Aquíferos subterrâneos e respetivos sistema de drenagem natural, secaram, ficando sem capacidade de drenagem, que teve como consequência o aumento da frequência de inundações em zonas urbanas.

Por isso será conveniente efetuar uma reflexão alargada ao assunto e não continuar a investir em mega infraestruturas de drenagem. Esta reflexão terá que ter como base o que já foi utilizado e o que ainda é feito em alguns países, como o caso da Alemanha.

Na Alemanha como se pode pagar a água pluvial tendo em conta a área impermeabilizada do lote, existe uma maximização da utilização da mesma em fins não potáveis (rega, lavagens, máquinas de lavar a roupa, abastecimento de bacias retrete, assim à partida, com algum tratamento pode ter mais usos). Depois de usar e reusar a água pluvial a mesma é infiltrada no terreno, no perímetro do lote, garantindo o funcionamento da rede de drenagem natural.

Fica o desafio!

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