Participar em candidaturas para projetos de ciência é, muitas vezes, associado apenas à possibilidade de financiamento ou à concretização de uma ideia de investigação. No entanto, a verdadeira oportunidade vai muito além do resultado final. Mesmo quando uma candidatura não é selecionada, o processo de construção e submissão representa um momento de aprendizagem profundamente enriquecedor.
Ao envolvermo-nos na preparação de uma candidatura, somos desafiados a estruturar ideias, definir objetivos, justificar metodologias, organizar calendários de trabalho e reunir informação técnica e administrativa. Aprendemos o que é solicitado, como se preenche cada campo, quais os critérios de avaliação e de que forma é necessário comunicar valor científico e impacto social. Cada proposta submetida é, assim, uma aula prática sobre rigor, clareza e estratégia.
Não se trata apenas de concorrer para ganhar — trata-se de estar presente para aprender. Ao observar como se elabora uma candidatura, ao colaborar na sua construção ou até ao rever e melhorar versões anteriores, desenvolvemos competências essenciais para o futuro: capacidade de planeamento, escrita científica, gestão de tempo, pensamento crítico e espírito de colaboração.
Mesmo quando o resultado não é o desejado, a experiência traz sempre crescimento. No limite, aprender com candidaturas é sempre uma vantagem. Cada tentativa prepara-nos melhor para a seguinte, fortalece a nossa autonomia e aproxima-nos, passo a passo, da concretização dos nossos projetos.
Participar é investir em conhecimento. E na ciência — como na vida — aprender é tão valioso quanto conquistar.