Incêndios florestais: a urgência de uma visão integrada

by Susana Lucas
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Todos os anos, quando o calor aperta e o risco de incêndio aumenta, voltamos a ouvir falar de prevenção, de combate, de reflorestação. Mas será que estamos realmente a agir de forma coordenada? Ou continuamos a trabalhar em silos, cada especialidade na sua área, com boas intenções, mas sem uma rede eficaz que una esforços?

A verdade é que o problema dos incêndios florestais é profundamente complexo — envolve a engenharia florestal, a gestão do território, a meteorologia, a arquitetura paisagista, a proteção civil, a sociologia rural, entre outras. Cada uma destas áreas tem um papel crucial em diferentes momentos:

  • No planeamento, ao desenhar territórios mais resilientes ao fogo;
  • Na prevenção, com a gestão de combustíveis, criação de faixas de proteção e sensibilização das comunidades;
  • Na resposta, com tecnologias de deteção precoce e estratégias de combate bem coordenadas;
  • Na recuperação, para garantir que o solo, a biodiversidade e as pessoas conseguem reerguer-se.

Mas o que se vê, demasiadas vezes, é uma desarticulação entre quem sabe e quem decide, entre quem atua no terreno e quem pensa a longo prazo. As visões são diferentes — e isso é natural —, mas falta muitas vezes o espaço comum onde essas diferenças se encontram para construir soluções partilhadas.

Precisamos de redes de colaboração real, onde técnicos, investigadores, decisores políticos, associações locais e cidadãos trabalhem com objetivos comuns. Mais do que estratégias isoladas, é preciso um plano coeso, transversal e participado, que não apareça apenas quando a sirene soa.

Porque planear é mais eficaz (e mais barato) do que reagir.

A nossa floresta, os nossos territórios rurais e as nossas comunidades merecem uma abordagem mais inteligente, colaborativa e persistente. E isso começa por reconhecer que nenhuma especialidade tem a solução sozinha, mas que todas são indispensáveis para a construir.

 

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