Será Que Faz Falta um E-book Sobre Competências Não Formais para Cientistas?

by Susana Lucas
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No mundo da ciência, valoriza-se — e com razão — o conhecimento técnico, a precisão, o método, os dados. Mas será que estamos a dar a devida atenção às competências não formais que tornam um cientista completo? E mais: faria sentido criar um e-book sobre esse tema, pensado de forma atrativa, acessível e criativa?

Ficam aqui algumas reflexões.

O Que São “Competências Não Formais”?

São aquelas competências que não vêm nos manuais nem fazem parte direta dos currículos académicos, mas que são fundamentais para o dia a dia de quem trabalha na ciência:

  • Saber comunicar resultados a diferentes públicos
  • Trabalhar em equipa (e lidar com conflitos)
  • Organizar o tempo e os projetos
  • Lidar com o erro, o fracasso e a frustração
  • Ter pensamento crítico e capacidade de adaptação
  • Saber gerir expectativas (próprias e alheias)
  • Desenvolver empatia, ética e responsabilidade social

Estas competências são muitas vezes adquiridas fora da sala de aula — em voluntariado, em grupos de investigação, em projetos paralelos, até na vida pessoal. E, ainda assim, raramente são valorizadas formalmente.

A pergunta impõe-se: haveria interesse num e-book dedicado a estas competências? Um recurso leve, visual, que ajude estudantes, jovens investigadores e até profissionais experientes a reconhecer, desenvolver e aplicar estas capacidades no seu percurso científico?

Mais do que uma lista de “soft skills”, poderia ser um guia prático e inspirador, com:

  • Descrições claras e exemplos reais
  • Dicas para trabalhar cada competência no contexto da investigação
  • Sugestões de atividades, desafios ou reflexões pessoais
  • Espaço para autoavaliação e planeamento
  • Testemunhos de cientistas em diferentes fases da carreira

Se for para avançar com esta ideia, o desafio seria claro: criar algo útil, mas também apelativo — que não se parecesse com mais um manual técnico ou um documento institucional.

Aqui ficam algumas ideias:

  • Design simples e moderno, com esquemas visuais, ícones, ilustrações e infográficos
  • Formato interativo ou digital-friendly, com links, vídeos curtos ou quizes
  • Linguagem acessível, sem perder profundidade
  • Estrutura modular, para que possa ser lido aos poucos e em qualquer ordem
  • Exemplos da vida real, com diferentes vozes e experiências
  • Possibilidade de ser usado em workshops, aulas ou sessões de mentoring

Este texto não é uma proposta fechada — é, acima de tudo, uma provocação construtiva. Acredito que há espaço (e necessidade) para falar mais abertamente sobre as competências não formais no percurso científico. Mas gostava de saber:

  • Achas que este tipo de e-book teria utilidade?
  • Que temas te pareceriam mais importantes incluir?
  • Preferias algo breve e visual ou mais aprofundado?
  • Seria útil no início da carreira? Ou também para quem já está no terreno?

Talvez esteja na altura de valorizar mais aquilo que não se aprende nos livros, mas que se revela todos os dias no trabalho de quem faz ciência. E talvez um e-book — criativo, claro e próximo — seja um bom ponto de partida.

 

O que achas disto?

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