Na semana passada tive a oportunidade de regressar a Guimarães, como tinha referido anteriormente, desta vez não como visitante, mas como arguente externa num plano de doutoramento apresentado na Universidade do Minho.
Apesar de não ser comum a presença física do arguente externo nesta fase do processo – algo que frequentemente se faz à distância – decidi, desde o início, que faria questão de estar presente. E não podia estar mais satisfeita com essa decisão. A presença no local permitiu um contacto mais próximo com o candidato, com o orientador e com a instituição, tornando a discussão mais rica e produtiva. Há nuances na comunicação e momentos informais que simplesmente não se captam através de um ecrã.
Ao contrário de outras fases do percurso académico, o plano de doutoramento não é avaliado com uma nota. Serve antes para definir a estrutura de trabalho e os objetivos científicos a alcançar, estabelecendo um prazo de dois anos para a entrega do trabalho final. A sessão correu muito bem, com espaço para troca de ideias e para identificar pontos em que o projeto poderia beneficiar de outros enquadramentos ou abordagens.
De tarde, fui ainda convidada a participar na reunião semanal da equipa de investigação, uma prática que considero exemplar. Reuniram-se estudantes de mestrado, doutoramento e pós-doutoramento para partilharem, de forma aberta e construtiva, os avanços e obstáculos das suas investigações. A cultura de colaboração e entreajuda era notória e inspiradora.
Esta reunião teve lugar num novo campus da Universidade do Minho, em Guimarães, um espaço moderno, bem equipado e claramente pensado para acolher programas de formação pós-graduada de dimensão internacional. Fiquei verdadeiramente impressionada com as condições existentes – desde os laboratórios aos espaços de convívio académico – e com a ambição que se sente no ar.
Foi um dia cheio, mas muito gratificante. A ciência vive destas trocas – formais e informais – e é nos encontros pessoais que, muitas vezes, se abrem portas para novas ideias e colaborações. Guimarães não é apenas o berço da nação, é também um lugar onde se cultiva conhecimento com visão de futuro.