Hoje, ao ouvir um anúncio na rádio, reparei numa frase que me ficou a ecoar: falava em algo “para jovens interessados em arte, ciência e música”.
E, de repente, dei por mim a pensar — por que razão se separa a arte e a música da ciência?
Afinal, a música não é uma forma de arte? E a ciência, será assim tão distinta da arte que não possa estar dentro dela?
Quanto mais penso, mais me parece que estas fronteiras são artificiais.
A música, por exemplo, é profundamente científica — depende de acústica, matemática, física do som.
E, ao mesmo tempo, é uma das expressões mais artísticas e emocionais do ser humano.
O mesmo se pode dizer da arquitetura, da engenharia, da pintura digital, da fotografia… tudo isto vive entre a arte e a ciência, sem uma linha que as divida realmente.
Talvez fosse mais justo — e mais inspirador — falarmos de curiosidade, criatividade e descoberta, porque é isso que une todas estas áreas.
No fundo, tanto na arte como na ciência, o que nos move é a vontade de compreender e criar.