Inovação social no Natal

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Este Natal comecei a dizer aos meus filhos que infelizmente existem outras crianças que não têm prendas de Natal, ou porque os pais não podem ou mesmo por não terem pais. Assim além das contas que tiveram que fazer para não ultrapassarem o valor limite para pedirem ao Pai Natal, tiveram que escolher um brinquedo que tinham em condições para oferecer a uma destas crianças, no caso em princípio será da Casa Mãe, para que o Pai Natal lhes desse uma prenda extra.

Todos somos bombardeados de possibilidade de dar, nesta época, de mesmo apenas por comprar determinados produtos estarmos a ajudar, por vezes não sabemos bem quem, nem como, mas lá vai. Parece que é apenas para ficarmos “descansados” que já contribuímos, sem nos envolvermos com os casos em questão.

Considero que em Portugal ainda existe muita pobreza escondida, que existem pessoas que não abdicam de determinados hábitos para existir comida aos filhos. Há tempos tive mesmo conhecimento de uma mãe, com 2 filhos, que o mais velho de 5 anos, o que tinha comido durante o dia tinha sido uma lata de feijão. A mãe não tinha trabalho, nem possibilidade de se deslocar e o marido tinha hábitos que não ajudava. Ora bem, hoje em dia, tudo pode ser “negócio” ou pelo menos forma de troca. Questionei a minha amiga que estava a tentar ajudar, porque ela não fazia com trapos, uma pegas, ou outra coisa qualquer para poder ganhar algum. A minha amiga tem uma rede de contactos enorme que facilmente consegue vender o que ela produzir… Considero mesmo que não se pode pedir, sem pelo menos tentar fazer algo para sair da situação. Claro que situações com crianças ainda me preocupa mais por isso, bem como se forem pessoas com condicionantes físicas que limitem fazer algo, mas parece que o caso que falei atrás já está a começar a fazer algo em troca. Tem que ser.

Por isso espero que neste Natal os meus filhos comecem a perceber que nem todos temos o mesmo, mas que podemos nos ajudar, em especial de forma direta. Estamos em sociedade por isso o conhecer a realidade do outro e ajudar tem que existir desde pequenos!